O Rio Grande do Sul é um estado que tem se destacado no início deste ano seja pelo número da quantidade de crimes ou pelo alto valor dos seguros de carro (claro que ambos andam juntos). Porto Alegre, por exemplo, é considerada a cidade com seguro de carro mais caro do Brasil.
Vamos começar falando pelo valor do seguro. Conforme dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotivos) sobre os veículos de luxo mais vendidos do país em janeiro deste ano, a Minuto Seguros fez uma pesquisa em vários estados.
Ela constatou que dos 10 carros que foram pesquisados, o Rio Grande do Sul é o que possui como sendo o estado que mais o seguro mais caro do país, sendo que ocupa também 3 posições desta lista.
Isso sem contar ainda que para outros cinco modelos de carros, o estado é o que o possui o 2º seguro mais caro do país.
Para se ter uma ideia, a maior diferença ficou em relação ao seguro da BMWia Sport 2.0. Sendo que Rio Grande do Sul o valor era de 9,1 mil reais e no Rio de Janeiro, o modelo tem seguro que vale 7,6 mil reais.
Caxias do Sul
Caxias do Sul também sofre com o problema dos ladrões e do alto valor do seguro de carros. O Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul apontou que o volume de roubos de cada modelo tem que ser analisado na hora de contratar a apólice, o que pode representar 45% do custo determinado.
Nessa cidade, o roubo de veículos cresceu 36% ao ano em 2016, com mais de 1 mil casos registrados.
Uma simulação mostrou que o modelo Focus foi o mais roubado e, por isso, em 2017, tem valor de seguro que chegam à 5 mil reais. O valor é o dobro de outros seguros, de modelos que são paralelos ao Focus.
“São vários fatores no cálculo do seguro de um carro. Mas o índice de roubos do veículo é o mais agravante. No caso de um acidente, mesmo em uma perda severa, a seguradora fica com o salvado (resto do carro). No roubo, não existe nada salvado. É um impacto maior (para a seguradora)”, diz o vice-presidente do sindicado, Rubens Oliboni.
Como os consumidores podem ajudar na diminuição dos roubos de carros?
“Há uma maior quantidade de unidades rodando e, consequentemente, acabam mais visados. O ganho (dos criminosos) vem das peças que têm fácil mercado. O consumidor acha que está fazendo um bom negócio, mas está influenciando o crime”, diz Oliboni.
Isso explica, por exemplo, porque os carros populares são mais roubados. E, logicamente, também explica os valores para os carros desse tipo subirem tanto nos últimos meses.
“Teoricamente, se aumentam os roubos, a procura por seguro também deveria aumentar. Só que nessa recessão, as pessoas não têm dinheiro e optam por assumir o risco. A situação é mais clara em modelos populares, justamente os mais levados. A decisão das seguradoras foi distribuir esse aumento entre os modelos porque se jogar toda a necessidade para o popular não haverá negociação”, conclui o sindicalista.
Com informações da Segs e G1